quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

COR e PB na fotografia

Para aqueles que gostam de estudar fotografia, indico um dos livros que li sobre o tema: "Linguagem Fotográfica e Informação" de 'Milton Guran', já citado aqui no blog. Essa publicação nos mostra muitos aspectos de estudo e percepção da imagem, entre eles a cor e o preto e branco das fotografias.

Nesse caso, Guran nos mostra que a fotografia PB representa a realidade, a fotografia em cor pretende imitar a realidade. Embora ambas utilizem técnicas e processos diferentes, também quanto ao impacto causado no leitor, são de natureza semelhantes. É preciso entender que uma mesma imagem pode ser apresentada em cor ou PB, sendo que essa escolha trará variações determinantes. A imprensa prefere a foto em cor, pois sua semelhança com a realidade confere mais veracidade a imagem. Quanto a isso, basta olhar os jornais diários.

A COR
é a representação mais fiel da realidade (do que PB), pois estamos habituados a ela. A cor é, por si só, uma informação importante na imagem, mas a capacidade dos filmes e as nuances na revelação não conseguem abranger todas as tonalidades que nossos olhos podem observar.
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Fotos: Angélica Lüersen
Fotografia feita em Florianópolis em 2005, durante viagem ao Enapet.
Os pescadores estavam concentrados em sua labuta e nem notaram o instante capturado.
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PB
é a representação do essencial. Tem maior poder de penetração e interpretação das situações. Ela parece sem querer ser igual a cena. Ao representar a cena com apenas tons (de cinza) e linhas torna-se um código diferenciado da nossa forma natural de ver a realidade.


Esta imagem foi feita em Chapecó, no ano de 2003.

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

Cartier-Bresson e suas palavras sobre fotografia

"A fotografia parece ser uma atividade fácil, mas de fato é um processo diversificado e ambíguo no qual o único denominador comum entre seus praticantes é o uso da câmera. O que surge das câmeras não escapa das contradições de um mundo de desperdício e carência, de tensões que têm se tornado insuportavelmente intensas e suas insanas conseqüências ecológicas. (...) Para mim, o aparelho fotográfico é um caderno de notas, um instrumento da intuição e da espontaneidade, senhor do instante que – em termos visuais – pergunta e responde a um só tempo. Para expressarmos o mundo, temos de nos sentir envolvidos com aquilo que descobrimos no visor. Esta atitude exige concentração, disciplina mental, sensibilidade, e senso de equilíbrio geométrico. É pela grande economia de meios que se chega à simplicidade de expressão. O fotógrafo tem sempre de buscar suas fotos com grande respeito pelo objeto fotografado e por si próprio. Tirar fotos é prender a respiração quando todas as faculdades convergem para a realidade fugaz. É neste instante que apoderar-se de uma imagem torna-se um prazer físico e intelectual. Fotografar é – simultaneamente e numa mesma fração de segundo – reconhecer o fato em si e organizar rigorosamente as formas visuais percebidas para expressar o seu significado. É por numa mesma linha: cabeça, olho e coração."
Henri Cartier-Bresson.

Encontrei essa citação no livro de Milton Guran – "Linguagem fotográfica e Informação". Ela tem a força exata daquilo que deve ser uma fotografia, daquilo que deve passar em nossas mentes antes, durante e depois do instante fotográfico.

Que as perguntas e repostas trazidas até você pela fotografia provoque mais inquietações do que calmaria, pois as inquietações nos fazem mexer na alma; buscar aquilo que ... bem, cada um sabe exatamente o que buscar em si.
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Abaixo, algumas das belas imagens capturadas por Cartier-Bresson.










segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

Ah, esse olhar!

“O que os olhos não vêm o coração não sente? Ao contrário: o que o coração não sente os olhos não têm a capacidade de enxergar. É preciso ‘ver com o coração’ (...)”.

Assim descreveu a professora de Jornalismo da Unochapecó, Mary Bortolanza Spessatto, aquilo que deveria guiar o olhar para o instante fotográfico. O trecho é do livro Manhã & Tarde’, lançado em 2004 pela Editora Argos.

As fotografias têm um sentido histórico, pois retratam as famílias de uma comunidade de colonização italiana no seu cotidiano. Há também o relato de um dos primeiros moradores da comunidade (o relato está no dialeto vêneto e também traduzido para a língua portuguesa). Assim, além da história há um significado pessoal em cada imagem – tanto do fotografado como daquele que fotografa.

As imagens foram capturadas em Linha Guararapes, município de Xavantina (SC) pelos alunos de fotografia da professora Eliane Fistarol. O livro foi organizado pela professora Eliane Fistarol e por mim, Angélica Lüersen.

Como bem lembra a professora Mary Spessatto, essa é a poesia, a poesia da fotografia!

Revelação de Filmes PB

Um dos workshops que participei – no Projeto Contato - foi sobre revelação caseira de filme PB. O tema, muito pertinente aos amantes da fotografia analógica já não me era estranho. Em Chapecó tive a oportunidade de fazer um estágio de dois anos no laboratório de revelação fotográfica da Unochapecó. O estágio foi orientado por uma excelente profissional da fotografia, Eliane Fistarol. Assim, também eu – felizmente influenciada pela Eliane – tornei-me uma apaixonada pelo PB e pela fotografia analógica.

Os materiais....
Os materiais utilizados aqui listados são essenciais para a revelação caseira de filmes PB e a maioria deles também na revelação manual em laboratório.
Filme (o mais indicado é o TRI-X 400)
Espiral
Revelador D76
Fixador
Tanque de revelação
Varal
Prendedores
Termômetro
Garrafas para químicos (as sanfonadas são as melhores)
Bacias (2)
Copo ou jarro graduado
Obs.: Todos os materiais podem ser encontrados em lojas especializadas.

O processo...
1. Faz-se a solubilização dos químicos (fixador e revelador D-76) – o ideal é utilizá-los na temperatura de 20º
2. Diluição do revelador
3. Enrola-se o filme no espiral (deve ser feito totalmente no escuro para não velar o filme)
4. Coloca-se o espiral dentro do tanque de revelação e tampa-se (após, pode-se trabalhar na luz, porém com o tanque de revelação bem tampado)
5. Coloca-se o revelador no tanque com o filme (deixar tempo adequado) – mexe-se a cada minuto para que a revelação fique uniforme
6. Lava-se – a água funciona como interruptor do processo de revelação
7. Coloca-se o fixador no tanque de revelação (deixar tempo adequado) – este irá fixar a imagem no negativo.
8. Tira-se o filme do tanque de revelação e lava-se por aproximadamente 20 minutos
9. Seca-se o filme (pode ser pendurado em um varal comum com um grampo na ponta para esticá-lo, mas ter o cuidado de colocar em um local de pouca circulação).

O resultado...
O negativo está pronto. Basta escolher as fotografias e ampliá-las. Para ampliar as imagens é necessário conhecer as técnicas (distintas da revelação do filme) e estar atento a temperatura ambiente, pois isso irá afetar o contraste da imagem e, assim, o resultado final.

domingo, 11 de fevereiro de 2007

Para aqueles que apreciam a fotografia e querem saber um pouco mais sobre o assunto...

Há o Projeto Contato: escola de fotografia e estúdio fotográfico que produz cursos, projetos e saídas fotográficas, além de outras atividades relacionadas. O Projeto Contato é coordenado por um grupo de quatro profissionais da área (Nede Losina, Lúcia Simon, Flávio Dutra e Gerson Nunes).

Entre as atividades previstas estão o ‘curso de iluminação de estúdio’, ‘ensaio fotográfico e desenvolvimento de projetos’ além de mostras fotográficas ‘Projeto Porto Alegre’.

Minha intenção com isso? Mostrar aqui algumas equipes que trabalham com a fotografia. Como conheço essa equipe (já fiz quatro workshops com eles) gostaria de sugerir aos demais interessados.

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

Será que funciona???

Esta é a primeira postagem de muitas...

(só para ver se funciona mesmo)